Bem, chegamos à 10ª postagem e vem uma pergunta, será
que o parto humanizado é realmente o melhor método? Acreditamos que sim, mas
vamos argumentar.
A ideia do parto humanizado não se restringe apenas ao
momento do parto em si, mas desde o momento que a mulher sabe da gravidez e
durante todo o pré-natal, inclusive um pré-natal bem feito evita várias
complicações na hora do parto além de dar informações suficientes para que a
mulher possa escolher que modalidade de parto deseja. Informações são sempre
bem-vindas e quando dadas corretamente dão à mulher um leque de escolhas, sendo
o parto humanizado uma delas. Afinal de contas as expectativas quanto ao parto
estão relacionadas à maneira como as informações sobre o assunto são
disponibilizadas às gestantes.
Contudo promover o parto humanizado é um grande
desafio, o que não quer dizer adotar práticas antigas como as de nossas avós ou
mães, mas transformar o ambiente hospitalar em algo mais “familiar”, integrando
nesse processo os recursos tecnológicos e de competência humana aos quais a
mulher e o bebê tem direito.
O termo "humanizar" refere-se a uma atenção
que parte do reconhecimento dos direitos fundamentais de mães e crianças e do
direito à tecnologia apropriada na assistência. Esse conjunto de demandas
incluiria o direito à escolha de local, pessoas e formas de assistência no
parto; a preservação da integridade corporal de mães e crianças; o respeito ao
parto como experiência altamente pessoal, sexual e familiar; a assistência à
saúde e os apoios emocionais, sociais e materiais no ciclo gravídico-puerperal;
a proteção contra abuso e negligência (QUEIROZ et al., 2003).
Concordando com o autor acima, o Ministério da Saúde no
Caderno HuamanizaSUS Volume 4 (2014)
também preconiza medidas não-farmacológicas e não-invasivas que devem ser
utilizadas para minimizar o estresse e aliviar a dor, que podem ser realizadas
por familiares e/ou profissionais. Ponto já abordado em outro post, dê uma
olhada.
Desde o momento que começam as primeiras contrações e
a ocitocina começa a circular pelo copo até a saída do bebê é um longo
processo, no parto humanizado pode chegar a 12 horas, onde a mulher precisa de
toda atenção. Injetar fármacos em bolus, como a ocitocina, só atrapalham o
parto, haja visto que uma quantidade grande injetada no sangue de uma única vez
aumentara a resistência dos receptores de ocitocina no útero, qual a
consequência disso? Mais ocitocina será injetada criando assim um ciclo, o que
também já foi abordado.
Depois de tudo que já foi apresentado aqui chegamos a
um consenso a mulher deve ser informada e ouvida, sempre. O parto humanizado
deve girar em torno da mulher e não apenas olhar através dela. Afinal de contas
o que vocês realmente pensam sobre o parto humanizado? Quais suas impressões
que tiveram durante todo esse tempo, comentem. Até a próxima.
Referência
Brasil. Ministério da Saúde. Humanização do parto e do
nascimento / Ministério da Saúde. Universidade Estadual do Ceará. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2014. 465 p.: il. – (Cadernos HumanizaSUS; v. 4.
Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_humanizasus_v4_humanizacao_partp.pdf>
Silvani, Cristiana Maria Baldo. Parto humanizado - Uma
revisão bibliográfica. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/28095/000767445.pdf>